Financiamento Imobiliário no Brasil: regra de entrada (30%), taxas, PRICE vs SAC e como escolher

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Comprar um imóvel próprio é um dos passos financeiros mais importantes — e o financiamento imobiliário é o caminho de grande parte das famílias brasileiras. Neste guia direto ao ponto, você vai entender a regra prática de 30% de entrada, como funcionam as taxas e custos, e as diferenças entre as tabelas PRICE e SAC, com casos práticos para comparar o impacto no seu bolso. No final, deixo um checklist e um CTA para o simulador para você testar seus números em minutos.

1) Regra prática: 30% de entrada

Regra prática adotada neste guia: trabalhar com 30% do valor do imóvel como entrada. Essa abordagem é conservadora e ajuda a manter a prestação em um patamar mais confortável e a reduzir o custo total de juros. Na prática de mercado, instituições podem aceitar percentuais menores ou maiores conforme renda, perfil de risco e tipo de imóvel. Como planejamento, usar 30% como objetivo facilita o fechamento do crédito e te dá poder de negociação.

Exemplo rápido
Imóvel: R$ 500.000
Entrada (30%): R$ 150.000
Financiamento
R$ 350.000
Quanto menor o saldo, menos juros totais
Reserva
3–6 meses de custos
Não zere sua liquidez para dar entrada
Importante: além da entrada, existem custos de documentação, ITBI, escritura, registro e avaliação. Planeje um colchão de 4%–6% do valor do imóvel para essas despesas (varia por município/estado).

2) Custos e taxas (o que muda no valor da prestação)

Ao financiar, você lida com:

O valor final da sua parcela é basicamente a soma de: amortização do principal + juros + seguros + taxas. Quanto maior a taxa efetiva, maior o custo total. Prazos longos reduzem a prestação, mas elevam juros acumulados.

3) PRICE vs SAC (qual escolher?)

Os dois sistemas definem como você amortiza (paga) a dívida:

Regra geral: SAC tende a gerar menor custo total de juros (você abate o principal mais rápido), mas começa mais “puxado”. PRICE ajuda no fluxo mensal estável, porém costuma sair mais caro no fim.

4) Casos práticos (números reais para comparar)

Vamos usar um cenário base para comparar PRICE e SAC. Os números são didáticos, considere-os como aproximações para entender a dinâmica. Use o simulador ao final para seus valores.

4.1 Cenário Base

Sistema Mês 1 – Parcela (R$) Mês 1 – Juros (R$) Mês 1 – Amortização (R$) Mês 12 – Parcela (R$) Mês 12 – Juros (R$) Mês 12 – Amortização (R$)
PRICE ~R$ 3.200 ~R$ 2.930 ~R$ 270 ~R$ 3.200 ~R$ 2.870 ~R$ 330
SAC ~R$ 3.770 ~R$ 2.930 ~R$ 840 ~R$ 3.700 ~R$ 2.850 ~R$ 850

No PRICE, a parcela é praticamente a mesma. O que muda é a composição: os juros vão caindo devagar e a amortização sobe lentamente. No SAC, a amortização já começa alta, reduzindo o saldo devedor mais rapidamente — por isso os juros totais pagos ao longo do contrato tendem a ser menores.

4.2 E se eu fizer amortizações extraordinárias?

Amortizações com recursos extras (FGTS, bônus, 13º, PLR) encurtam o prazo ou reduzem a prestação. Em regra, é mais eficiente reduzir prazo (quando possível), pois derruba bastante o custo de juros.

Cenário Amortização Extra no Mês 24 Efeito no Custo Total Observação
PRICE R$ 20.000 Reduz juros futuros (moderado) Parcela segue constante, mas menos tempo de contrato ao optar por reduzir prazo
SAC R$ 20.000 Reduz juros futuros (forte) Saldo cai mais rápido; maior economia se reduzir prazo
Dica: consulte seu contrato/banco para escolher entre reduzir prazo ou reduzir parcela. No longo prazo, reduzir o prazo costuma trazer a maior economia de juros.

4.3 Caso prático B – usando FGTS na entrada e no saldo

Você pode utilizar o FGTS para compor a entrada e, depois, a cada dois anos (em regra), para amortizar o saldo devedor. O ganho aqui é duplo: viabiliza a compra e diminui juros ao longo do tempo.

Passo Ação Efeito
1 Usar FGTS para compor entrada (dentro das regras) Diminui o saldo financiado
2 Amortizar com FGTS a cada 24 meses Reduz prazo e juros totais
3 Reforços com 13º/PLR Acelera amortização (mais impacto no SAC)

4.4 Caso prático C – portabilidade de crédito

Se as taxas caírem ou outro banco oferecer condições melhores, você pode portar seu financiamento. Ao fazer isso quando o saldo já está menor, a troca de taxa tem impacto expressivo nos juros do restante do contrato.

Regra prática: simule a portabilidade quando a diferença entre a taxa atual e a nova for relevante e os custos de portabilidade forem compensados pela economia futura.

5) Dicas para pagar menos juros (e dormir tranquilo)

6) Checklist de aprovação e compra

Simule agora seu financiamento

Com as bases certas, decidir fica mais simples. Faça uma simulação completa com sua renda, valor do imóvel e prazo desejado. Compare PRICE e SAC, teste amortizações extras e veja o efeito no custo total.

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💡 Dica FlowZenHub: trate a parcela como compromisso de longo prazo. Se ela sobra nos primeiros meses, use a folga para amortizar e reduzir prazo — seu eu do futuro agradece.