Calculadora de Juros Compostos
Simule juros simples e compostos de forma rápida.
O que são juros compostos?
Os juros compostos representam o crescimento acumulado de um valor ao longo do tempo. Em vez de calcular sempre sobre o valor inicial, cada nova parcela de juros é somada ao saldo, fazendo o montante render mais a cada período.
Por isso são chamados de juros sobre juros . Não à toa, muita gente considera esse efeito uma das maiores forças do mercado financeiro.
Onde os juros compostos aparecem?
- Investimentos: aplicações em renda fixa, previdência, ações e fundos.
- Empréstimos e financiamentos: contratos de longo prazo, como crédito imobiliário.
- Dívidas rotativas: cartão de crédito e cheque especial, que podem se multiplicar rapidamente.
Comparação: juros simples x compostos
Modelo | Como funciona | Exemplo (R$ 1.000 a 10% ao ano, por 3 anos) |
---|---|---|
Simples | Calculado sempre sobre o valor inicial | R$ 1.300 |
Compostos | Calculado sobre o valor atualizado a cada período | R$ 1.331 |
Fórmula dos juros compostos
M = C × (1 + i)t
- M = valor final
- C = valor inicial (capital)
- i = taxa de juros
- t = número de períodos
Exemplo: aplicando R$ 10.000 a 5% ao ano durante 3 anos → M = 10.000 × (1 + 0,05)3 = R$ 11.576,25
Como calcular na prática?
- Defina o valor inicial, o período e a taxa.
- Use a fórmula ou a nossa calculadora de juros compostos.
- Acompanhe a evolução mês a mês na tabela e no gráfico.
E se houver aportes mensais?
Quando há depósitos recorrentes, a conta muda. A fórmula é:
M = C × {[(1 + i)t – 1] / i}
Exemplo: guardando R$ 200 todo mês a 1% ao mês, em 12 meses o valor aproximado será R$ 2.714.
Efeito negativo dos juros compostos
Quando aplicados em dívidas, os juros compostos podem virar uma bola de neve. Um saldo de cartão de crédito, por exemplo, pode dobrar em poucos meses se não for quitado.
Aprenda mais
Além da nossa calculadora, explore conteúdos sobre:
- Estratégias para multiplicar investimentos no longo prazo
- Como proteger seu dinheiro de dívidas caras
- Dicas para começar a investir aproveitando o poder dos juros compostos
Assim como os juros compostos ajudam o dinheiro a crescer passo a passo, você também pode aplicar esse conceito no dia a dia. Experimente o método Pomodoro para organizar pequenas tarefas com foco e disciplina, e veja como a soma de esforços simples gera grandes resultados.
Warren Buffett: tempo, disciplina e o poder dos juros compostos
Warren Buffett gosta de dizer que construir patrimônio é mais sobre tempo do que sobre “golpes de genialidade”. A história dele confirma. Nascido em 1930, em Omaha (Nebraska), começou cedo: ainda adolescente, comprava ações, lia balanços e vendia pequenos serviços. Na faculdade, encontrou o livro certo — “The Intelligent Investor”, de Benjamin Graham — e, depois, estudou com o próprio Graham em Columbia. O método era simples e exigente: comprar negócios que valem mais do que o preço na tela e ser paciente.
Em 1956, Buffett montou sua primeira parceria de investimentos (Buffett Partnership Ltd.). O foco era disciplinado: aportar capital, reinvestir ganhos e evitar movimentos emocionais. Em 1965, assumiu o controle de uma tecelagem problemática chamada Berkshire Hathaway. A virada foi transformar a antiga fábrica em uma holding: comprou seguradoras (o “float” do seguro virou combustível de longo prazo), depois negócios inteiros e participações em companhias sólidas. A cada ciclo, os lucros eram reinvestidos, não distribuídos — mais base sobre a qual os próximos juros iriam incidir.
Aqui entra o ponto que quase sempre passa batido: juros compostos não brilham no começo. Nos primeiros anos, o gráfico parece teimosamente “deitado”. Você aporta, reinveste, e o total mal se mexe. É normal. O efeito composto só mostra força depois de um bom tempo de persistência. Buffett viu isso na prática: anos 60, 70, 80… e o patrimônio ficando cada vez mais puxado pelos próprios ganhos acumulados, não apenas pelos aportes.
Outro detalhe que explica a trajetória: consistência nos aportes e reinvestimento. Buffett não correu atrás do “próximo foguete”. Ele usou o lucro das operações e dos investimentos para comprar mais ativos de qualidade. Quando a base cresce, cada porcento rende mais dinheiro absoluto. É o mesmo princípio para quem investe mês a mês: os primeiros depósitos parecem pequenos; dez ou vinte anos depois, a bola de neve anda sozinha.
A paciência só funciona porque resistiu às crises — e não foram poucas. Queda de 1973–74, crash de 1987, estouro da bolha de 2000, crise financeira de 2008, pandemia em 2020… Em todas, a ansiedade convida a “fazer alguma coisa”. Buffett, ao contrário, manteve o plano: caixa para oportunidades, foco em qualidade e visão de décadas. Assim, evitou vender barato o que levou anos para compor e, quando os preços ficaram atrativos, reforçou posições — novos aportes para acelerar o composto.
Lições práticas
- Escolher bons ativos, aportar com regularidade e reinvestir os resultados.
- Dar tempo ao tempo: o composto recompensa a disciplina, mas precisa de anos.
- Proteger a cabeça: evitar decisões por impulso em crises preserva o efeito composto.
Quer visualizar na prática? Use a calculadora de juros compostos e simule aportes mensais por 20–30 anos.
Luiz Barsi: dividendos, rotina e o efeito composto no longo prazo
Luiz Barsi Filho gosta de falar de “construção de renda” com a calma de quem viu muitos ciclos irem e virem. Paulistano, nascido em 1939, começou de baixo — trabalhou cedo, estudou contabilidade, aprendeu a ler balanços e descobriu na bolsa um caminho de longo prazo. Nada de atalho: a ideia era montar uma carteira previdenciária que pagasse dividendos suficientes para bancar a vida. O método ficou simples ao longo dos anos: comprar participação em bons negócios, aportar com regularidade, reinvestir os proventos e repetir.
Barsi ficou conhecido como o “rei dos dividendos” não por frases de efeito, mas por processo. Ele sempre tratou dividendos como matéria-prima do composto: quando um papel paga, esse dinheiro volta para comprar mais ações da própria empresa (ou de outra sólida), o que aumenta a base que receberá os próximos dividendos — e assim por diante. No começo, parece pouco. Os primeiros anos são de paciência: você aporta, os proventos chegam, mas o montante cresce devagar. É normal. O efeito juros sobre juros só “acorda” de verdade depois de muito tempo de consistência.
A disciplina atravessou crises grandes do Brasil: hiperinflação e planos econômicos, maxidesvalorização de 1999, 2008, recessões, pandemia. Em todas, o roteiro era o mesmo: manter o foco em negócios capazes de gerar caixa, evitar vender por ansiedade e usar os momentos de preço ruim para reforçar posições. Não é falta de medo — é método. Quem segue aportando nos períodos difíceis ganha duas vezes: compra mais barato e acelera o composto quando o ciclo vira.
Outro pilar é o critério: olhar qualidade (histórico de lucros, endividamento, governança, setor) e preço (não pagar qualquer coisa por uma boa empresa). Barsi também insiste em custos baixos e em não “picar” a estratégia — cada retirada desnecessária tira combustível do motor dos dividendos. O resultado, visto em décadas, é que a renda cresce junto do patrimônio: os proventos aumentam a base investida, que gera novos proventos, que voltam a inflar a base. Bola de neve.
Lições práticas
- Tempo + aportes constantes + reinvestimento = aceleração do composto.
- Disciplina nas crises: não desmontar a carteira por ansiedade.
- Critério na seleção: qualidade do negócio e preço importam.
- Custos baixos: menos atrito, mais composição no longo prazo.
Quer visualizar? Use a calculadora de juros compostos com aportes mensais e prazos longos.